segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ode o fim.

É tempo de rebanhos.
De rebanhos e pastores,
De respostas ao final.

É tempo de fim.
As dragas dos hábitos,
Tragam tudo quanto possível.
Juntem à quantos puder!
Circundantes discursos de salvação.
Vejamos o mundo em multidões
Correndo seus atropelos
Pelas galerias e feiras,
Pelos labirintos de vidro
E cimento sorridente.

É tempo de tragédias via satélite.
Frango frito e genocídios pelo globo.

É tempo de trabalho.
Trabalhamos pelo apocalipse
Da vida diária.
E com fé, trabalhamos
Pelo mundo melhor
Das cestas básicas.

É tempo das melhores intenções.
Vendemos nossa bondade
Aos designers do sentido
Para torná-la bonita.
Torná-la melhor.
E a penduramos no pescoço.

É tempo de colapsos.
Infartos do miocárdio
No centro dos valores.
E das bolsas.
E no olho de meninos
Com suas armas obsoletas,
Sangrando à pequenos Déspotas
Em troca de causar medo.
Único sentido possível à derrota,
É o de nascer sem nada a perder.

É tempo de esgotamento.
A excreta tóxica de nossos estimulantes
Escorre a céu aberto,
Em vias expressas,
Sempre expressos.
A ordem, a comida, o café.
As olheiras nos percorrem
Às semanas após semanas.
E excretamos em nossa água.
Em nossa água industrial.

É tempo de depósitos.
Acumulados por segurança.
Ratazanas com indigestão
Formam colônias
Nas cidades de hábitos descartáveis.
Mas mesmo colônias de ratazanas
Sofrem de superlotação.
E se devoram.

É tempo de cataclismos.
No centro cotidiano
De nossas vidas urbanas
Somos vistos de perto,
Pelos olhos de novos furacões caribenhos.
Enquanto crescem as ilhas pet,
Boiando no volume tão
Mais aquecido das águas internacionais.
Varrendo por tremores marítimos
Nossa miséria turística.

É tempo de rebanhos.
Tempo de naufrágios.
Tempos agarrados aos nossos destroços de fé.

Pois que mesmo apartados,
Construímos juntos
O mesmo sonho.
E que nem as armas e os justos,
Nem os bons,
Tão bons quanto mostrarem,
Sabem do outro lado de suas cercas.
Mas o outro lado existe.
Noutros rebanhos.
No mesmo lugar.

É tempo de conclusão.
É tempo de extinção.

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